Fico na torcida para que o movimento ESG vire realidade e ganhe cada vez mais força. Inegável que, para isto acontecer, o mercado financeiro é importante aliado – para criar mecanismos de financiamento das iniciativas ESG nas empresas.
Porém, devo confessar que as notícias recentes me deixaram confusas sobre o que vai acontecer com as diferentes aplicações ESG (fundos, títulos em geral) no Brasil frente à crise atual. Exemplificando….
Em sua fala recente (20.07.2022), o presidente-executivo do UBS BB Investment Bank (joint venture de investimentos do banco suiço UBS com o Banco do Brasil para América Latina), Daniel Bassan, foi enfático em afirmar que, apesar da crise (inflação em alta, guerra na Ucrânia e a política de combate à covid pela China), os sinais são de que o investidor continua inclinado a manter posições em ativos que tenham comprometimento com sustentabilidade.
Porém, conforme apontou outra matéria também recente (21.07.2022) da Bloomberg Línea (Fundos ESG enfrentam onda de fechamento por conta da recessão) os mercados estão colocando em segundo plano estratégias de investimento que buscam financiar empresas que combatem as mudanças climáticas ou se concentram na diversidade. Ou seja, a proteção do portfolio se tornou prioridade.
Dá também um exemplo: nos EUA, os ETFs “do bem”, que representavam 4% dos fundos negociados em bolsa no início de 2022, já respondem por 15% de todos os fundos que foram fechados ao longo do ano.
Enfim, o que de fato está acontecendo?
– Com a crise, os títulos ESG estão sofrendo mais do que os demais, ou não?
– OU será que nós aqui no Brasil e na América Latina não estamos ainda enxergando a gravidade da crise atual? Ou se sim, queremos estar mais otimistas com relação aos títulos ESG?