Maria Cecília Prates

Maria Cecília Prates Rodrigues é economista e mestre em economia pela UFMG, e doutora em administração pela Fundação Getulio Vargas (FGV) /Ebape (RJ). A área social sempre foi o foco de suas pesquisas durante os 17 anos em que esteve como pesquisadora na FGV , e depois em seus trabalhos de consultoria, monitorias, aulas e pesquisas.

Nos anos 80, a expansão do Programa Nacional do Alcool (Proalcool)  foi uma das estratégias centrais para o Brasil enfrentar a crise internacional do petróleo. Porém, era importante levar em consideração os aspectos sociais dessa estratégia. Em sua dissertação de mestrado (UFMG / Cedeplar, 1982), M.Cecília analisou o impacto do Proalcool na produção familiar de cana da Zona da Mata de Minas Gerais. Como pesquisadora do convenio FGV /IAA (Fundação Getulio Vargas / Instituto do Açúcar e do Álcool), tratou alguns temas delicados do setor, como o do subsídio de equalização de custos da cana.

Nos anos 90, a abertura da economia e a modernização da indústria tiveram efeitos significativos na realidade social do país. Foi quando se começou a perceber que não bastava olhar apenas para o desempenho econômico e os indicadores de PIB. No âmbito internacional, o PNUD criou em 1990 o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Como pesquisadora da FGV/IBRE (Fundação Getulio Vargas / Instituto Brasileiro de Economia) , naquela época respondendo pelos estudos na área social, M.Cecília propôs a criação do IDS e do IQEF aplicados ao contexto brasileiro. Analisou a evolução do mercado de trabalho e o desenvolvimento social em vários dos seus artigos publicados na revista Conjuntura Econômica, além de textos para discussão e capítulos de livros.

No final da década de 90, o terceiro setor (TS) começou a ganhar espaço no cenário social brasileiro como estratégia complementar ao papel do Estado. Paralelamente, cresceu o movimento da responsabilidade social corporativa (RSC). Preocupada com o gap entre discurso e prática, M.Cecília analisou essas novas estratégias (TS e RSC), buscando contribuir para a sua efetividade. Em uma de suas consultorias, propôs o IRS – Índice de Responsabilidade Social.

Desde 2000, o centro de suas atenções tem sido os projetos sociais. Em sua tese de doutorado (link para a tese), M.Cecília desenvolveu uma metodologia para avaliar os resultados da ação social da empresa, tanto para a comunidade como para os negócios.

Em seu livro publicado pela editora FGV(2005), batizou essa metodologia de EP²ASE. Desde então, ela vem trabalhando como consultora e pesquisadora que quer contribuir para a eficácia dos projetos sociais. Buscando compartilhar o aprendizado que vem tendo nas consultorias e avançar com a metodologia EP²ASE, M.Cecília escreveu (2010) outro livro, agora pela editora Atlas. A obra enfatiza a importância de a avaliação vir integrada desde o início aos processos de planejamento do projeto social e de comunicação com os seus principais stakeholders.

No âmbito do programa da POS da FDC, M.Cecília elaborou o Manual de Planejameno e Avaliação de Projetos Sociais em Organizações Sociais (2011, revisto e ampliado em 2014), buscando sistematizar, de forma simples e didática, aspectos importantes para orientar as organizações do terceiro setor a planejarem e avaliarem os resultados de seus projetos sociais. O Manual serviu de apoio para as suas monitorias de projetos sociais junto às organizações participantes da POS.

Desde 2005, vem atuando como avaliadora dos trabalhos para o EnANPAD (Encontro da Associação Nacional de Pós-Gradução e Pesquisa em Administração), e o ENGEMA (Encontro Internacional sobre Gestão Empresarial e Meio Ambiente) da FEA/USP e FIA. Atualmente também tem contribuído com artigos para o Portal do Impacto da Phomenta e com um curso no Sebrades.

Em 2021, a partir das reflexões e experiências que vinha tendo, publicou o livro Ecossistema das Iniciativas Sociais no Brasil (editora ArteSam) que aborda temas como terceiro setor, filantropia, ESG, avaliação, impacto social e negócios de impacto.