Projeto social eficaz: nem branco, nem preto!

Por on 07/03/2018

Na prática, dificilmente uma iniciativa social pode ser classificada como totalmente eficaz (cor preta) ou totalmente ineficaz (cor branca). Haverá sempre aspectos relacionados a esses projetos que tiveram desempenho diferenciado (tonalidades de cinza) e que precisam ser cuidadosamente analisados em suas especificidades.  Mesmo porque é preciso ficar atento porque ainda há o risco de eficácia negativa, que é quando a situação social dos beneficiários do projeto piora, apesar das boas intenções da iniciativa.

Tomando por base a metodologia do marco lógico, um projeto social é definido como plenamente eficaz (em inglês, effective) quando ele atinge todos os níveis (hierárquicos) de objetivos planejados para ele – sejam os objetivos relacionados ao processo como aos resultados.

Para que a avaliação possa ser, de fato, um instrumento útil a subsidiar o aprendizado e as tomadas de decisão relacionadas ao projeto, ela não pode se contentar a informar probabilidades quanto à efetividade do projeto em relação à variável-chave de resultado. É preciso ir além, isto é, ser parcimonioso no método, porém abrangente no levantamento das questões avaliativas tidas como relevantes para os públicos envolvidos com a iniciativa social.

São os indicadores que, se bem construídos, vão cumprir esse papel de funcionarem como termômetros para medir o grau de alcance de cada objetivo junto aos seus beneficiários. São os indicadores que vão captar a percepção desses beneficiários quanto ao desempenho do projeto sob diferentes ângulos – O que mudou? Por que? O que funcionou? Como?

O desafio consiste justamente em conseguir operacionalizar, ou traduzir, cada objetivo e suas questões avaliativas em bons indicadores.

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MARIA CECÍLIA PRATES RODRIGUES
Rio de Janeiro - Brasil

Maria Cecília é economista e mestre em economia pela UFMG, e doutora em administração pela FGV /Ebape (RJ). A área social sempre foi o foco de suas pesquisas durante o período em que esteve como pesquisadora na FGV , e depois em seus trabalhos de monitoria, consultoria, pesquisa e voluntariado.