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New Philanthropy Capital

Avaliação social Projetos Sociais

Teoria da mudança: quais são os 10 passos?

Por on 07/11/2019

Acaba de ser publicada pela New Philanthropy Capital (NPC) a síntese do seu guia da “Teoria da mudança em 10 passos”, incorporando seu aprendizado de 10 anos de aplicação…

Terceiro Setor

Para onde vai o Terceiro Setor?

Por on 01/11/2018

Em tempo de mudança, como o que estamos vivendo atualmente no Brasil, vale muito parar e refletir sobre como anda o Terceiro Setor e como queremos que ele atue.
Como…

Avaliação social

Avaliação do terceiro setor: o que organizações think-tanks dos EUA e Reino Unido me ensinaram?

Por on 17/05/2018

Também nos Estados Unidos e no Reino Unido, países com uma prática do terceiro setor bem mais avançada do que no Brasil, a avaliação dos projetos sociais segue sendo…

Avaliação social

Avaliação de resultados na proporção correta

Por on 14/11/2017

Muitas vezes a avaliação acaba se tornando em ponto de estrangulamento para as organizações do terceiro setor. Elas têm que se submeter às diferentes exigências dos seus financiadores e,…

Avaliação social Terceiro Setor

Marco lógico: valioso, mas é preciso superar as críticas

Por on 04/10/2017

Sou fã do uso do marco lógico em organizações do terceiro setor, para planejar e avaliar os seus projetos sociais. Vejo o marco lógico como um importante instrumento para explicitar e implementar a teoria da mudança que está associada a determinado projeto social. Quando o marco lógico é usado de modo correto, ele cumpre importante papel orientador para definir onde se está (as características do contexto social onde o projeto vai atuar), aonde se quer chegar (a teoria da mudança, ou a lógica de ação adotada pelo projeto), como o projeto está sendo conduzido (monitoramento), e se ele atingiu os resultados desejados (avaliação de resultados).

Porém, é comum ver o marco lógico sendo utilizado de maneira inadequada nessas organizações sociais, muitas vezes até a título de mero cumprimento de requisito para acesso a financiamento. Em livro que escrevi (Projetos sociais corporativos. Atlas, 2010), descrevo alguns casos sobre usos indevidos do marco lógico / teoria da mudança em projetos sociais – nos exemplos 2, 3, 5, 6 e 7 (capítulos 2 e 3). Já no Manual que desenvolvi para organizações sociais (Manual de planejamento e avaliação de projetos sociais. FDC/POS, 2014), apresento um passo a passo para ilustrar sobre como deve ser o uso do marco lógico (todo o capítulo 3).

A esse respeito, recomendo a leitura do post de James Noble (16 maio 2017), no blog da New Philanthropy Capital (NPC). De forma direta, o pesquisador chama a atenção para o papel valioso da teoria da mudança para guiar as organizações do terceiro setor que buscam impacto social. Noble alerta que é fundamental que essas organizações busquem melhorar a maneira como implementam as suas teorias da mudança. Para ele, as críticas que vêm sendo feitas recentemente às teorias da mudança estão relacionadas basicamente a erros de implementação da metodologia ou a mal-entendidos, e não à abordagem em si. Essa distinção deve estar bastante clara para todos que trabalham na área social, senão corre-se o sério risco “de jogar fora o bebê junto com a água do banho”.

No referido post, Noble  enumera essas críticas recentes que, a seu ver, são totalmente desprovidas de razão, e as rebate uma a uma.

  • É uma ferramenta complexa, cheia de jargões, uma atividade restrita a especialistas.
  • Para ter credibilidade, as organizações sociais só devem adotar teorias da mudança baseadas e testadas por pesquisa acadêmica.
  • Boas teorias da mudança tendem a ser lógicas, porém são teóricas e divorciadas do mundo real
  • Muitas vezes se confunde um objetivo de processo do projeto com um dos seus pressupostos (condição externa, fora do controle).
  • É uma ferramenta atinente aos gestores do projeto, e não aos usuários.
  • É uma ferramenta estática, que não estimula a melhoria contínua
  • É uma ferramenta voltada para uma hipótese teórica, que coloca as cabeças das pessoas nas nuvens, e as impede de terem uma visão prática dos fatos.
  • As pessoas tendem a achar que o marco lógico (ou teórico) é um fim e não um meio, e não se preocupam com a coleta consistente dos dados e evidências.

Vale a pena a leitura do post de Noble  para conhecer a sua argumentação contra cada uma das críticas acima. Certamente vai iluminar os pontos onde precisamos melhorar para fortalecer o uso do marco lógico nos projetos sociais das organizações do terceiro setor no Brasil.  Para facilitar aos interessados,  traduzi o post na sua íntegra.

Para finalizar, deixo o meu alerta: ir contra a utilização displicente e incorreta do marco lógico nas organizações sociais não significa ir para o extremo oposto e defender a exigência do rigor científico para as avaliações. Sobretudo em se tratando do terceiro setor, em que há uma grande diversidade de organizações, o marco lógico a ser adotado deve se adequar aos objetivos, tamanho (recursos) e complexidade da iniciativa social em cada organização. Quer isso dizer que o marco lógico pode ser um instrumento simples, útil e confiável, sem necessariamente ser complexo e oneroso.