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Porém, é comum ver o marco lógico sendo utilizado de maneira inadequada nessas organizações sociais, muitas vezes até a título de mero cumprimento de requisito para acesso a financiamento. Em livro que escrevi (Projetos sociais corporativos. Atlas, 2010), descrevo alguns casos sobre usos indevidos do marco lógico / teoria da mudança em projetos sociais – nos exemplos 2, 3, 5, 6 e 7 (capítulos 2 e 3). Já no Manual que desenvolvi para organizações sociais (Manual de planejamento e avaliação de projetos sociais. FDC/POS, 2014), apresento um passo a passo para ilustrar sobre como deve ser o uso do marco lógico (todo o capítulo 3).

A esse respeito, recomendo a leitura do post de James Noble (16 maio 2017), no blog da New Philanthropy Capital (NPC). De forma direta, o pesquisador chama a atenção para o papel valioso da teoria da mudança para guiar as organizações do terceiro setor que buscam impacto social. Noble alerta que é fundamental que essas organizações busquem melhorar a maneira como implementam as suas teorias da mudança. Para ele, as críticas que vêm sendo feitas recentemente às teorias da mudança estão relacionadas basicamente a erros de implementação da metodologia ou a mal-entendidos, e não à abordagem em si. Essa distinção deve estar bastante clara para todos que trabalham na área social, senão corre-se o sério risco “de jogar fora o bebê junto com a água do banho”.

No referido post, Noble  enumera essas críticas recentes que, a seu ver, são totalmente desprovidas de razão, e as rebate uma a uma.

  • É uma ferramenta complexa, cheia de jargões, uma atividade restrita a especialistas.
  • Para ter credibilidade, as organizações sociais só devem adotar teorias da mudança baseadas e testadas por pesquisa acadêmica.
  • Boas teorias da mudança tendem a ser lógicas, porém são teóricas e divorciadas do mundo real
  • Muitas vezes se confunde um objetivo de processo do projeto com um dos seus pressupostos (condição externa, fora do controle).
  • É uma ferramenta atinente aos gestores do projeto, e não aos usuários.
  • É uma ferramenta estática, que não estimula a melhoria contínua
  • É uma ferramenta voltada para uma hipótese teórica, que coloca as cabeças das pessoas nas nuvens, e as impede de terem uma visão prática dos fatos.
  • As pessoas tendem a achar que o marco lógico (ou teórico) é um fim e não um meio, e não se preocupam com a coleta consistente dos dados e evidências.

Vale a pena a leitura do post de Noble  para conhecer a sua argumentação contra cada uma das críticas acima. Certamente vai iluminar os pontos onde precisamos melhorar para fortalecer o uso do marco lógico nos projetos sociais das organizações do terceiro setor no Brasil.  Para facilitar aos interessados,  traduzi o post na sua íntegra.

Para finalizar, deixo o meu alerta: ir contra a utilização displicente e incorreta do marco lógico nas organizações sociais não significa ir para o extremo oposto e defender a exigência do rigor científico para as avaliações. Sobretudo em se tratando do terceiro setor, em que há uma grande diversidade de organizações, o marco lógico a ser adotado deve se adequar aos objetivos, tamanho (recursos) e complexidade da iniciativa social em cada organização. Quer isso dizer que o marco lógico pode ser um instrumento simples, útil e confiável, sem necessariamente ser complexo e oneroso.

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MARIA CECÍLIA PRATES RODRIGUES
Rio de Janeiro - Brasil

Maria Cecília é economista e mestre em economia pela UFMG, e doutora em administração pela FGV /Ebape (RJ). A área social sempre foi o foco de suas pesquisas durante o período em que esteve como pesquisadora na FGV , e depois em seus trabalhos de monitoria, consultoria, pesquisa e voluntariado.